© Projeto Dacnis 2019
Todos os direitos reservados

PRESERVAÇÃO PESQUISA EDUCAÇÃO
Home A Mata Projetos Serviços A Equipe Imagens Publicações Parceiros Contato

Ela um dia ligou o país de norte a sul, percorrendo o litoral de 17 estados e se estendendo até o Paraguai
e a Argentina. Ocupava quase 1,3 milhões de km² — cerca de 15% do território brasileiro.

Hoje, a Mata Atlântica está concentrada no litoral de 13 estados. Sua área se resume a 99.944 km²: meros
8,5% da cobertura original, representando 1% do nosso território! Entre 2000 e 2008, perderam-se 2.777 km²
de mata, e ela continua sumindo...
A Mata Atlântica é um dos biomas mais ameaçados do planeta.

O que resta deste patrimônio natural é riquíssimo em biodiversidade. Nela há, segundo várias fontes:

   270 espécies de mamíferos (55 endêmicas, ou seja, só encontradas ali)Tangara cyanoptera, sanhaçu-de-encontro-azul, endêmico da Mata Atlântica e quase ameaçado de extinção

   992 espécies de aves (188 endêmicas)

   197 espécies de répteis (60 endêmicas)

   543 espécies de anfíbios (472 endêmicas)

   350 espécies de peixes (133 endêmicas)

   2.120 espécies de borboletas (e mais ainda de mariposas)

   20.000 espécies vegetais (8 mil endêmicas)

Novas espécies continuam sendo descobertas. Mas, infelizmente,
a Mata Atlântica abriga hoje 383 dos 633 animais ameaçados de extinção no Brasil, segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Essa fauna vive em relevos e paisagens muito diversos.
Há faixas litorâneas, com manguezais e restingas, florestas de baixada, matas interioranas e campos de altitude, cada qual com sua flora, fauna e clima característicos. Esses ecossistemas se interligam, do nível do mar até aproximadamente 2.000 metros de altitude.

A pressão do homem sobre o meio ambiente é a causa da destruição. Começou pouco depois do descobrimento do Brasil, com a exploração do pau-brasil e a derrubada da mata para a pecuária
e cultura de cana-de-açúcar, e não parou desde então. Entre árvores e espécies como o palmito-juçara,
o caju, plantas medicinais e ornamentais (como orquídeas e bromélias), muito ainda se retira da mata.
Pesca e caça predatórias, tráfico de animais silvestres e a rápida expansão do javali europeu e do javaporco também são muito prejudiciais. Além disso, grandes centros urbanos — hoje, quase 70% da população brasileira, cerca de 131 milhões de pessoas, vive em áreas onde havia mata —, exercem intensa pressão demográfica sobre a mata, levando à destruição de habitats.
Enquanto o homem se expande, a floresta encolhe.

Se esses ambientes tão diversos e ricos não forem protegidos e preservados, muitas espécies animais
e vegetais serão extintas e, com elas, importantes serviços ambientais que ajudam a sustentar
a vida no planeta.

Um exemplo: a população que vive nos maiores centros urbanos do país depende da Mata Atlântica
para se abastecer da água. São sete grandes bacias hidrográficas brasileiras neste bioma. Se a floresta desaparecer, o solo ficará seco, erodirá, poderá ser desertificado. O regime das chuvas que alimentam
as nascentes e o lençol freático mudarão (porque a ausência da mata alterará o clima), e a água se tornará escassa. Já estamos vendo efeitos da mudança climática. Sem a floresta, ficará bem pior.

Outro exemplo: a ausência das aves, dos morcegos e dos insetos que polinizam as plantas e dispersam
suas sementes afetaria não somente a biodiversidade da mata, mas também a agricultura. Esses animais
são essenciais para a reprodução sexuada das plantas e para a manutenção da variabilidade genética
da flora. Destruindo a floresta, eles se vão também.

Além de leis que sejam rigorosamente fiscalizadas, a educação das populações que vivem em contato
com a Mata Atlântica é um dos principais instrumentos para preservá-la. Queremos, e é vital para a
nossa sobrevivência, que ela se mantenha saudável e íntegra. Queremos continuar vendo animais como
o tiê-sangue, o mico-leão-dourado, a onça-parda.
A floresta faz bem para todos.

Callithrix aurita, sagui-da-serra-escuro Geophagus brasiliensis, cará Ramphocelus bresilius, tiê-sangue, macho Flor de Clusia lanceolata